Filas, processos parados, demora no desembaraço e custos adicionais. Esse tem sido o cenário que encontramos nos últimos meses desde o início da greve dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, no dia 14/07/2016.
Mas passado quase 3 meses de lá pra cá, em meio a tantas perguntas ainda sem respostas, o que podemos levar de reflexão positiva apesar dos problemas?
Bom, vamos começar com uma análise breve e fria sobre a greve dos bancários para contextualizar.
Após exatos 31 dias desde o início da greve dos bancos até seu fim, podemos avaliar que tivemos significativas mudanças ao longo dos anos, pois se essa mesma greve ocorresse até a década de 90 teria sido um desastre. No entanto, atualmente as pessoas tem se adaptado as inovações tecnológicas e apesar dos “pequenos” transtornos que qualquer mudança gera, a vida continuou. Podemos perceber que nós, enquanto população, já não dependemos exclusivamente de frequentar as agências bancárias, e desta forma não somos mais reféns das paralisações.
Mas de fato, o que mudou?
Ao longo dos anos os bancos investiram pesado em tecnologia: desenvolveram novos aplicativos para smartphones (os aplicativos dos principais bancos nacionais estão no ranking dos 50 mais baixados), aperfeiçoaram o “internet banking” e apostaram em softwares que integram, a cada dia, mais funcionalidades nos caixas eletrônicos. Já existem modelos de bancos que nem possuem agências físicas.
Com isso, a greve serviu mesmo para validar a hipótese de que determinado departamento dentro de um banco, em médio prazo, pode se tornar desnecessário, em virtude da “obrigação” que a própria crise cria em buscar soluções.
Quer outro exemplo? Uma das melhores propagandas de marketing que o Uber teve – e que por sinal foi gratuita – ocorreu através do sindicato dos taxistas. Pois para reclamar dos “seus direitos” e tentar impor a ideia de que o Uber era ruim, decidiu fazer greve e deixou um mercado inteiro de oportunidades para o “concorrente”. Ou seja, ao invés de procurar desenvolver e aprimorar, decidiu lutar com a máxima “olho por olho e dente por dente” e retroceder. Sendo assim, mais uma vez com o desenvolvimento da tecnologia, novas soluções são postas em favor da população.
O que os grevistas não conseguem perceber é que, a cada ano que passa, os avanços tecnológicos tendem a por a prova àquilo que até então era insubstituível: o seu próprio cargo.
Nós não estamos aqui para discutir quem esta com a razão, e de fato acreditamos que todos têm o dever de ir atrás do que entender que é seu por direito. O problema é que todo ano nós somos onerados pelas diversas greves dos mais variados sindicatos.
Mas você que não opera no mercado internacional, pode acreditar então que somente nós, como intervenientes e que trabalhamos diretamente com a Receita Federal, sofremos com as consequências da greve dos auditores correto?! Pois é um ledo engano.
Se você consome qualquer tipo de mercadoria estrangeira, certamente você esta pagando esse preço também. Pois a paralisação implica em demora na liberação das cargas, esse atraso gera custos adicionais e quem paga esse acréscimo no custo é o consumidor final. Portanto se você gosta de comer sushi, saiba que uma parte do salmão é importado do Chile, ou se você costuma tomar um bom vinho, podemos dizer também que uma parte vem do Chile e outra da Argentina, e por fim como bom brasileiro, se você come pão francês, saiba uma grande parte da farinha de trigo destinada a panificação é importada da Argentina.
Desta forma você poderá perceber que todos nós sofremos com esse tipo de situação, e que o todo não pode ser prejudicado pelo grupo “A,B ou C”.
Talvez ainda leve certo tempo, mas acreditamos que as novas lideranças deverão perceber que para evoluirmos enquanto nação precisamos parar de dividir o país em conflitos, e que estabilidade não existe mais pois o desenvolvimento tecnológico tem provado, anos após ano, que em determinadas aéreas pode ser a solução. E assim, quem sabe um dia com o avanço da informação e colaboração de todos, poderemos parar de se perguntar: “até quando?”.
Referências:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/paralisacao-de-auditores-da-receita-federal-tem-inicio-nesta-quinta.html
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/09/08/bancarios-seguem-em-greve-veja-como-pagar-suas-contas.htm
http://veja.abril.com.br/tecnologia/eles-tem-medo-do-uber/